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29/10/11

Astro-Rei


Todos nós caminhamos convictos da certeza em inúmeras ocasiões da nossa vida. Mas quando o Destino faz de nós joguetes de menino, e nos despede no chão sem misericórdia, o nevoeiro cerrado, que nos cobre os olhos, dilapida e nós - ensanguentados miseravelmente – crescemos.
Outrora caí, e sem rumo tentei, fracassando, erguer-me das cinzas. Contudo, tudo tem uma razão de ser, e ninguém se esfola sem ser recompensado um dia.
Hoje tenho uma noção completamente diferente do que é amar, do que é ser escoltado de um coração cristalino, do que é ser acompanhado inequivocamente por um alguém leal.
O que hoje tenho em minha posse, é distinto de tudo aquilo que um dia vislumbrei. Quiçá todos nós precisemos de batalhar para conquistar um futuro compacto.
Encho-me de confiança, não de uma confiança fraude da imaginação e de uma ilusão infantilóide, mas de uma confiança invicta, empedernida na razão.
Mudaste, e eu também. Mas sabes? Acho que isso só nos engrandeceu como pessoas, sinto que estou na fase da minha vida onde exactamente queria estar, sinto que contemplo nela tudo e todos aqueles que preciso para ser quem sempre quis. Não pões entraves no que sentes, e glorificas tudo que faço por ti, ou por nós. Como isso é bom, não imaginas.
Arquitectamos um amor em fundações de pedra, vimos para além do natural e por isso somos donos do extraordinário.
Há quem fale, há quem aponte, mas quem o faz não conhece. Porque quem conhece, quem presencia encanta-se com o brilho que espelha nos nossos olhos, vê-nos como jamais um dia fomos.
Ostento-me como um fantoche do amor, e sei que todos os meus movimentos são projectados por ele, mas que me importa a mim, ser um simples vassalo? Não padeço dessa pseudo-culpa, pois circula a mais pura das felicidades do meu corpo! Fui um cadáver movediço até encontrar um coração nobre.
Fizeste-me sentir o expoente máximo de todo o meu ser, concedes-me todas as coisas que apenas em sonhos concebi receber. Sei sentir-me maravilhosa aquando o levantar e cair do Astro-rei, e sei sentir-me confiante a cada tique do pêndulo da existência.
Daqui levas tudo aquilo que me compete dar e tudo aquilo que o amor puder avassalar.
Sempre tua, sempre meu, sempre nosso.