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29/10/11

Astro-Rei


Todos nós caminhamos convictos da certeza em inúmeras ocasiões da nossa vida. Mas quando o Destino faz de nós joguetes de menino, e nos despede no chão sem misericórdia, o nevoeiro cerrado, que nos cobre os olhos, dilapida e nós - ensanguentados miseravelmente – crescemos.
Outrora caí, e sem rumo tentei, fracassando, erguer-me das cinzas. Contudo, tudo tem uma razão de ser, e ninguém se esfola sem ser recompensado um dia.
Hoje tenho uma noção completamente diferente do que é amar, do que é ser escoltado de um coração cristalino, do que é ser acompanhado inequivocamente por um alguém leal.
O que hoje tenho em minha posse, é distinto de tudo aquilo que um dia vislumbrei. Quiçá todos nós precisemos de batalhar para conquistar um futuro compacto.
Encho-me de confiança, não de uma confiança fraude da imaginação e de uma ilusão infantilóide, mas de uma confiança invicta, empedernida na razão.
Mudaste, e eu também. Mas sabes? Acho que isso só nos engrandeceu como pessoas, sinto que estou na fase da minha vida onde exactamente queria estar, sinto que contemplo nela tudo e todos aqueles que preciso para ser quem sempre quis. Não pões entraves no que sentes, e glorificas tudo que faço por ti, ou por nós. Como isso é bom, não imaginas.
Arquitectamos um amor em fundações de pedra, vimos para além do natural e por isso somos donos do extraordinário.
Há quem fale, há quem aponte, mas quem o faz não conhece. Porque quem conhece, quem presencia encanta-se com o brilho que espelha nos nossos olhos, vê-nos como jamais um dia fomos.
Ostento-me como um fantoche do amor, e sei que todos os meus movimentos são projectados por ele, mas que me importa a mim, ser um simples vassalo? Não padeço dessa pseudo-culpa, pois circula a mais pura das felicidades do meu corpo! Fui um cadáver movediço até encontrar um coração nobre.
Fizeste-me sentir o expoente máximo de todo o meu ser, concedes-me todas as coisas que apenas em sonhos concebi receber. Sei sentir-me maravilhosa aquando o levantar e cair do Astro-rei, e sei sentir-me confiante a cada tique do pêndulo da existência.
Daqui levas tudo aquilo que me compete dar e tudo aquilo que o amor puder avassalar.
Sempre tua, sempre meu, sempre nosso.

29/09/11

Take care of my heart


Querido, abre a porta, entra e senta-te a meu lado.
Desprovê-te de todas as amarras passadas, de todas as memórias que te poluíram a mente e cadaverizaram o teu coração, de todos os medos que outrora impediam a tua alma de se anunciar ao mundo.

Priva os teus ouvidos da surdez social que ensurdece de cegueira o mais tolo dos homens. Abre a tua mente às minhas palavras, pois nelas encontrarás o auge da sinceridade humana, envolta no apogeu sentimental.
Tudo na vida tem uma razão de acontecer, e quem sai ou entra nela fá-lo por razões que só o destino dita.
Vivi toda a minha vida a ensinar, a espalhar ensinamentos tal e qual profeta. Hoje entendo como é importante aprender, pois é na aprendizagem que moldamos a nossa identidade, que adquirimos gostos e “dislikes”, conhecemos mundos e fundos. Posso afirmar que vejo o mundo, vejo o mundo destituído de máscaras sociais e enredos falaciosos; vejo o mundo sem véus ou ardis mentais. Vejo o mundo pelos teus olhos, vejo-me melhor do que nunca.
Todos nós carregamos bagagem, viajamos com as nossas memórias mais traumáticas, mas sabes, isso só nos faz bem. É o peso do nosso passado que nos permite viver um presente mais consciencioso e leve, consentindo a edificação de um futuro assente em fundações sólidas.
O que vivemos não nos torna menos aptos para a felicidade, muito pelo contrário, abre-nos (astutamente) mais caminhos para que a possamos encontrar. Tu foste o atalho num percurso debilitado e demasiado complicado. Mostras-me todos os dias a simplicidade da vida, e ensinas-me a descomplexar aquilo que nunca aprendi a viver como fácil.
Vejo-te todos os dias munido de uma capa, e um colete salva-vidas, vejo-te como um herói de banda desenhada. Não me agrada tomar o papel de donzela em apuros, mas a verdade é que salvaste bem mais que o meu coração, ressuscitaste a heroína que enterrei por falta de amor próprio. E agora que me sinto mais eu, consigo sentir mais de todos os que me rodeiam, sentir mais de ti, e por ti.
Sinto cada pulsar do meu coração, sinto o sangue que vaga a minha alma entorpecida pelo teu amor a percorrer cada milimetro do meu corpo, sinto cada som e odor ensurdecedoramente, sinto-me viva.
Sinto-me tal e qual Fénix reerguendo-se das cinzas pardacentas, sinto-me Eu, e repleta de ti.

Sempre M






08/09/11

Alma, coração e vida.

Estilhaça-me, mas não me partas nunca.
Ainda me lembro das nossas longas conversas, daquelas conversas sapientes e reconfortantes que atiraram para trás das nossas costas um passado sinuoso. Ainda me lembro das piadas e do som dos nossos risos a ecoar no passar do tempo. Ainda me lembro da partilha de histórias de vida, e conselhos de quem a experiência foi mais amiga.
Ainda me lembro do primeiro dia que te conheci.
E sabes o que mais me abisma? Como a minha vida agora é a conjugação perfeita do verbo ser: Eu sou, Tu és, Nós somos. Completaste o outro lado de mim, o meu lado selvagem e indomável, e é por isso que nos damos tão bem. Não procuras extinguir o fogo do meu olhar, procuras sim, alumia-lo; não procuras pôr pedras no meu caminho, mas sim levanta-las quando me faltarem as forças; não procuras enclausurar-me numa gaiola, mas sim libertar-me das amarras da vida. Procuras acima de tudo fazer-me feliz, e isso consola o meu coração que viveu morto de dor.
Tudo acontece por uma razão, e começo a acreditar que não apareceste por acaso, nem que vais passar sem deixar marca. Sabes como sei que há uma razão para tudo na vida? Porque encontro hoje tudo aquilo que ontem não tive, e procurando onde a minha vida mudou, só encontro um relance de mudança, tu. Foste tu que tudo inovou, e tudo trouxe de volta à normalidade. Foste tu que me trouxeste de volta à tona da água, e não me permitiu afogar a minha identidade. Foste tu que me disseste para ser o que sou sem arrependimentos, que me fizeste encarar o espelho e perceber o valor que tinha.
Sabes, por vezes, quando caminhamos lado a lado, imagino as nossas pegadas na areia. Arquitecto o recorte perfeito dos nossos pés no areal, e vislumbro-o a permanecer inerte depois da lavagem do mar. Continuo a apontar um rasto de pegadas marcadas na areia como em cimento puro. Talvez esta não seja a metáfora mais singela, mas o que quero dizer é que nos imagino fortes e divergentes do banal. Olhamos o mundo como quem olha por um caleidoscópio, deslumbramo-nos com as cores e formas, mas o importante é que as vemos com a mesma intensidade, e isso permite-nos um entendimento mútuo surreal. A capacidade de ver por os olhos um do outro permite sentir o que as palavras não conseguem explicar.
Imagino-nos a permanecer intactos apesar das adversidades da vida, tal como as pegadas se mantinham intocáveis perante o deslize das águas salgadas.
Não deste uma volta à minha vida, acho que a enrolaste em verdade absoluta e me mostraste o Mundo. E agora que o vejo, sorrio permanentemente.
Haverá drogas que causem esta intoxicação que eu sinto, este estado embriagado de felicidade, mas, esses mesmos narcóticos apenas estarão a envenenar o corpo e a mente, enquanto tu, revitalizas aquilo que eu julguei ter morrido antes de nascer.
Não importas, és necessário.
                                                                                                                                     
M.


30/08/11

Hello stranger

Tenho acordado extasiada de uma felicidade inconsolável, de uma vontade de viver desmesurada, de uma energia incontrolável. Sei que tudo que me consome se deve a ti.

A vida tem o permanente hábito de surpreender o mais céptico dos homens, e eu fui demasiado céptica durante demasiado tempo.
Agora que vejo para além dos limites do conformismo, que me atrevi a querer mais do que o que tinha, que me dediquei a querer mais que a minha vontade de dar, agora que vejo aquilo que outrora me cegava, agora que te vejo, vejo-me também.
Não há palavras para descrever o que apenas se vive, mas como é bom de viver, como é bom viver semelhante com um semelhante. Atrevo-me a chamar-te diferente, mas diferente num sentido lato, és demasiado diferente dos outros e deveras parecido comigo.
Sabes como isso é tão bom não sabes? Toda a minha vida vivi insaciada com o meu presente, à espera que uma electricidade percorresse o meu corpo e me arrebatasse o coração.
Mas agora sinto cada volt à face da minha pele, vislumbro um fogo no meu olhar, e um bater no meu coração. Estou viva.



17/08/11

Dank

Hoje foi um óptimo dia, não achas M? Caramba como as pessoas se enganam umas em relação às outras. Foste uma boa surpresa, encontrei em ti uma pessoa tão diferente daquilo que estou habituada.
Obrigada pelos sorrisos, e pelas conversas da vida que tão bem me souberam.
Obrigada pela atenção e pela confiança.
Foi de facto entusiasmante ouvir alguém partilhar a sua ambição, a sua paixão de viver.
Comunguei um pouco da tua sabedoria (e da tua loucura) e deixei cair as vendas que me cobriam os olhos. E sabes que mais? A vida neste momento sabe-me tão bem!

Ensaio sobre a cegueira

Esta será a ultima vez que te escrevo.
Pouco me importa se sabem quem tu és, se quem te dá palmadinhas nas costas enfia carapuças. Pouco me importa.
Daqui levas tu (mais os teus) a maior lição de vida. Lições de vida? Sim! Fala-te a voz da experiência, ouve ou não, não pretendo mudar nada, porque tu não és suficiente para mim.
Ao longo do tempo deixaste-te perder. Esta tua faceta tão pseudo-feliz, e recém-descoberta, dá-me muita pena. Não tenho senão pena e tristeza pelo ser humano que te tornaste.
Já não é honestidade que rasga na tua boca, mas sim falsidade de quem quer ser feliz sem nada. O que julgas tu que tens? Amigos que pouco sabem a pessoa que és, ou que te tornaste? Pessoas a quem teceste duras criticas? Trausentes da vida, que te alimentam o ego para não teres de encarar quem és? Lamento que precises disso para te achares melhor, realmente lamento muito. Quase tanto como lamento a tua coragem para ir atrás de ir atrás de quem não te é nada, e a tua covardia, envolta nesse orgulho tão decadente, em deixar para trás tudo aquilo que dá demasiado trabalho. 
As melhores coisas da vida custam, envolvem luta, mas desistir sempre foi o teu forte. Já eu gosto de dinâmica, ambição e objectivos para mim não são marcos vitalícios, são conquistas permanentes. Com o tempo começo a lembrar-me da quantidade de promessas que me dirigiste, nas inumeras coisas que tentaste fazer, e depois vejo que nada concretizaste, e pergunto-me: "Foi isto um ensaio sobre a cegueira?". Ensaiste tão bem a tua personagem, de forma maquiavélica e tão retorcida. Como lamento. 
A vida é feita de erros, e o meu maior (agora vejo) foi dar tanto de mim, tanto amor a uma pessoa que me ludibriou com artificios de mente ao longo do tempo. Se outrora a cegueira me trazia sofrimento, hoje so me traz ódio e força de vontade. Sabes porquê? Porque eu não preciso de me rebaixar ao ponto morto, não preciso de me fazer de pedra e muito menos de pedir a mão a quem cuspi (com convicção) na cara.
A partir do momento que deixamos a nossa integridade e convicções de lado para abraçar caminhos que nada têm a ver connosco, a partir do momento que precisamos de alimentar a nossa crença que "estamos bem" com demonstrações públicas, a partir desse momento deixamos de enganar os outros, e passamos a enganar a nós próprios. Talvez a palavra "outros" seja muito relativa, porque quem tu enganas neste momento não é só a ti mesmo, mas sabes que mais? Não é um problema meu.
Acredita que não te faço falta, que não me amas, que és mais feliz agora, fá-lo. Pega nos teus troféus ridiculos e exibi-os com a maior das vontades, fá-lo. Faz tudo o que quiseres, porque eu sem nada fazer sou bem melhor que tudo isso. Dei-te tudo e mais alguma coisa, e tu sabe-lo, e isso chega-me. A minha consciência vai mais que limpa, e isso vai ser a chave de um futuro próximo.
E aqui está um adeus eterno, não há volta nem retoma. Não volto a cair no erro de me deixar envolver nos braços da falsidade. São costumes teus, não meus.
Eu, vou fazer exactamente aquilo que me disseste. Vou para a faculdade, vou ser feliz. Puseste demasiadas pedras no meu caminho, quando eu me fartei de levantar as tuas. Sou bem mais do que o que julgas, sou uma grande mulher. E se te faz mais feliz dizer aos outros que não sou, fá-lo. Porque quando olhas ao espelho tu sabes bem quem lá está, sabes bem quais são os teus demónios.
Desejo-te muita sorte, porque se realmente és esta pessoa, sorte vai ser uma necessidade bem grande.
E a mim, desejo perserverança, porque a vida ainda vai ser muito generosa comigo. Sabes é que eu aprendo com os meus erros, e daqui em diante não darei nada antes de receber primeiro.

Adeus.

17/07/11

The game


Dei-te tudo o que havia para dar, mas acabou.
E se antes não entendia, hoje entendo. Eu entendo e sei quem sou, e orgulho-me tanto de nunca ter baixado os braços ao longo da minda vida. De nunca ter ouvido quem me quis destruir.
Agora tu és joguete nas mãos de quem menos esperas. Manipulam-te e usam-te como querem. Tiraram-te a única coisa que te destinguia de todos os outros, a tua inocência.
Acabaram com a única coisa que te tornava um humano incrível, a tua capacidade de amar.
Eu vou-me embora, vou empacotar as minhas coisas e partir para um sitio diferente. É um adeus, não um até já. Julguei-te um homem, mas no final do dia, continuas um miúdo que não sabe o que quer, que não sabe cuidar do que tem.
Vou-me embora, vou virar costas porque já não há nada aqui para mim.
Talvez começar de novo noutro lugar, me traga quem sabe aquilo que aqui nunca atingi.
Um dia vais olhar para trás e lamentar as tuas acções, mas nesse dia - tal como hoje - vai ser tarde demais para remediar o que está quebrado.
Nem toda a gente é substituível, e eu sou uma dessas pessoas.

03/07/11

Alice no País das Maravilhas

Ledo é o engano que te cobre os olhos, ledo. É lamentável que precises de fazer o que andas a fazer para te sentires realmente bom.

O ego meu querido, é a morte do artista. Foi a tua morte certamente.
Não olhas a meios para satisfazeres o teu ego, para quê? Tudo que vês, tudo que tens, é pó.
Abandonaste tudo que era teu, os teus amigos, as pessoas que te deram a mão quando vivias na fossa, até a mim. É bem mais fácil nos rodearmos de quem não nos conhece para não termos que dar a cara pelos nossos erros. Mas a tua alma não escapará ao purgatório.
Um dia, revelarás quem verdadeiramente és às pessoas de quem agora te rodeias. Deixarás cair a mascara, e ficaras sozinho. Sabes porquê? Porque nós conhecíamos e amávamos-te como eras. Aceitávamos quem eras. Porque a pessoa que agora finges ser, não é quem és.
Achas que estas a provar quem realmente és, concordo contigo. Mas acredita que não o estas a fazer a quem agora na tua vida entrou, estás a provar quem és a aqueles que já cá estavam há muitos anos.
E quanto a mim a única coisa que te posso dizer é que és uma desilusão massiva. Dei-te demasiado, e em vez de criar um homem, tornei-te num ingrato.
Talvez te olvide o que a minha família fez por ti, o que eu fiz por ti, o que os teus amigos fizeram por ti. Mas se te esquece, o problema é apenas teu.
Jamais encontraras alguém como eu, porque só tu bem sabes quem tu és, e só tu bem sabes o amor incondicional que tinha por ti.
Podes viver a tua vida enganando toda a gente à tua volta, podes viver a tua vida ludibriando todos os que te conhecem, mas a mim não enganas. E a ti próprio muito menos.
Foste o homem da minha vida, mas acabou-se o tempo em que te dei o papel principal da minha vida. Acabou o teu protagonismo. Esta na hora de ser eu a comandar a vida.
Dou-te o pequeno prazer de continuares a falar mal de mim a quem te apetecer, porque enquanto achas que estás feliz, eu sei que te estás a tentar convencer que és feliz sem mim. Sabes falar muito de mim, sabes encher os ouvidos a quem me desconhece, mas não te esqueças de quem está no espelho quando o miras. Não te esqueças de quem tu és, tenho a certeza que não o fazes! Por isso estás tão compenetrado a provar que és melhor que eu, quando nunca ninguém te pediu provas. 
E isso é patético.
É tudo teu, e a parede um dia há-de ser a tua melhor amiga.
Perdeste o meu amor incondicional, já não cego mais os olhos às tuas monstruosidades.

23/06/11

Sy

Hoje acordei, não um acordar despromovido de cansaço físico, mas um acordar repleto de um cansaço de doer.
Quem sou eu? Eu sou eu, e ninguém tem o direito de me fazer sentir menos eu.
Para viver é imperativo amar, e para amar há a imposição de sofrer. Mas sofrer até a um certo ponto, a partir daí torna-se inaceitável.
Estava disposta a tudo por ti, mas para quê? A pessoa que te tornas-te é quem? Eu não sei, mas sei quem sou. E sei que o meu Eu está cansado de todas as tuas fraudes, de todas as tuas atitudes depressivas e isoladoras.
Entende apenas isto, sou um ser humano, não um boneco, repeti-te isto vezes sem conta.
Acho que nunca entendeste, todos nós temos um ponto de limite de dor, e eu atingi o meu.
Sei que é ledo o engano que te cobre os olhos, mas eu já fiz tudo que me competia como tua namorada, melhor amiga, mulher, e pessoa.
A acção humana só é justificável até certo ponto, e este é o ponto.
Foste uma coisa muito boa na minha vida, mas neste momento o nosso amor é veneno nas nossa vidas. Não sei o que o futuro nos reserva, mas sei que não posso mais ficar parada à espera de algo que pode nunca vir.
Não me adianta mais estar aqui a enfeitar linhas intermináveis a dizer no que erraste e no que eu errei, ambos sabemos, e o que ainda não sabemos a vida vai-nos ensinar num futuro próximo.
Fizeste parte da minha vida, mas não posso deixar que usurpes a totalidade da minha vida. Nunca fui mulher disso, e se me esqueci disso, o Destino encarregou-se de me relembrar.
Preciso de me afastar, de me sentir bem. Preciso de guiar a minha vida na direcção que eu quero, em vez de fazer apenas aquilo que a tua vida me permite fazer.
Esqueci-me das minhas vontades e desejos, e não posso fazer isso.

22/06/11

Nim

R. és sem dúvida um amigo estupendo. Só te posso agradecer tudo.
A verdade é que sempre que conversamos, comungo um pouco da tua sapiência, e cresço um pouco. Vejo mais além, mais da vida.
De facto, és uma muleta em muitos aspectos da minha vida, orgulho-me imenso de te ter como Amigo.
Um Amigo com A grande. Tal se deve à tua presença constante em todos os momentos, mais do que isso, acho que se deve à atenção. Porque estar presente e estar atento são coisas diferentes, que nem sempre co-existem necessariamente. Mas toda a atenção que me dispões, todas as palavras que dizes na altura certa, significa muito.
Ensinas-me essencialmente a olhar por dentro de mim, - tal como Blimunda vê através das pessoas – ajudas-me a procurar as minhas vontades. Ensinas-me a ser eu, o eu que fui ontem, porque quem sou é a minha identidade, algo irrevogável que embora possa ser mutável ao longo do tempo, é a minha definição pessoal.
Hoje sorvi um pouco da tua experiência e escutei. Escutei uma versão diferente da Vida, para um encarar desigual da mesma.
Há que adoptar um bocado a filosofia de vida pessoana, a única certeza irrevocável da vida é a morte. Parece um pouco duro talvez, mas, no entanto, nada nos permite sentenciar nada como definitivo, nem devemos deixar a vida correr sem a tomar pelas rédeas uma vez, antes que ela acabe. Porque a vida é efémera, e esgota-se num ínfimo de segundo, expira-se sem datas, mas de forma espontânea às vezes até.
Para ser feliz são preciso duas coisas, viver e ter qualidade de vida.
Tudo isto para dizer, que é na qualidade de vida que te inseres, e que a amizade prospere durante muitos anos.





Um beijinho R.

19/06/11

Another day has come


Dei-te uma vida, um coração, uma alma sôfrega. Dei-te a mim.



Vivemos os mais bonitos momentos, que se eternizaram ao Olimpo de tamanha grandiosidade a sua. E agora?

Traçamos as linhas do Destino no céu, pintando de emoções as estrelas – que só sabem o que é brilhar depois do nosso amor nascer. E agora?
Cantamos melodias sem fim, enchendo os nossos corpos de um calor ilegível. E agora?
Trocamos promessas, escrevemos certezas, planeamos futuros. E agora?
Mudamos o rosto, mudamos o corpo, vimos as folhas do Outono cair ao longo dos anos, as flores a abrir no decorrer das Primaveras. E agora?
O amor que um dia entrou pela janela, o quarto onde erguemos um trono à paixão, o espelho da casa de banho onde vimos os anos passar, a sala de onde guardamos memórias de serões foliões; tudo isto, numa só casa, na casa do coração.
Julgava que fosses diferente, e com diferente quero dizer melhor; melhor que tudo e todos. Contudo, acho que ao longo dos anos (sem te aperceberes) foste agindo como quem quer provar exactamente o contrário.
Somos os dois mortais, e como tal erramos, ambos erramos. Mas eu mudei, cresci, e procuro novas coisas na vida. Mudar nem sempre é mau, até porque nos permite pensar e sentir diferente.
Mas a tua persistência em ensurdecer os teus ouvidos que foram talhados para a voz do meu coração, dilacerou a minha personalidade, dando origem ao pior em mim.
Vivemos as melhores das maravilhas, mas a nossa ainda tenra idade não nos permitiu em muitas situações agir da melhor forma.
Estamos completamente magoados, a vida jogou-nos num canto e disse-nos para sofrer. É imperativo sofrer, para crescer. E só crescendo podemos os dois continuar a viver amando um ao outro.
Peguei o que era meu por direito eterno, e durante a noite raptei a tua alma.

Pegaste no que era teu por imposição universal, e durante o dia usurpaste o meu coração.
Somos um só. Talvez seja o fim, mas continuaremos um só.
Talvez cresçamos e um dia amemos juntos. Por agora, a solidão é crucial, para aprendermos quem somos, para depois amarmos melhor. Ou quem sabe, apenas para definir os nossos gostos e vontades futuras.
Neste momento não consigo estar contigo, estou dolorida. E tu não consegues estar comigo, estás ferido.
Não quero mudar, mas admito ter errado; não queres ouvir, mas também sabes que erraste.
Tenho o coração cheio de um cansaço de doer incansável.
O tempo cura tudo, ou pelo menos abre consciências.
Até um dia meu amor, até um dia.

16/05/11

Friends will be friends

Amigo(s):

Amigo é aquele que te estende a mão quando não precisas.
Amigo é aquele que te liga um milhão de vezes para te acordar de manhã, só para não chegares atrasado às aulas.
Amigo é aquele que em dias de tempestade, te oferece o seu guarda-chuva.
Amigo é aquele que junta dinheiro, não só para pagar o seu bilhete de cinema, mas o teu também.
Amigo é aquele que te oferece sempre o último cigarro, a última bolacha, o seu último.
Amigo é aquele que acredita em ti, mesmo que já não o faças.
Amigo é aquele que entra na tua vida e nunca sai do teu coração.
Amigo é aquele que larga tudo quando lhe pedes auxílio.
Amigo é…TUDO!

Confesso, (um pouco embaraçada até) que pouco ou quase nenhum texto do meu blog teve o objectivo de enaltecer o meu grupo de amigos, e lamento muito por isso.
Por isso aqui vai – pode não ser tanto como aquilo que ambicionava, mas é aquilo que a minha perícia me permitir pôr por palavras.
Agradeço-vos a todos, tudo que fizeram por mim. Não posso quantificar a importância que cada um tem para mim, porque todos abrangem um lugar diferente, porque afinal de contas as pessoas não são todas iguais. Mas sabem, mesmo sendo vocês tão diferentes uns dos outros, devo confessar que me espanto comigo mesma, quando me dou por mim a pensar, como posso amar diferentes pessoas, sendo elas tão divergentes.
Mas aí é que está a magia da vida, deparo-me comigo a apaixonar-me cada vez mais pelas vossas personalidades, a devorar cada vez mais cada vivência, e sabem que mais? Nunca me senti tão viva.
Sejam pelos almoços, pelos jantares, ou mesmo numa saída nocturna, vocês marcam-me, todos os dias. É certo que podemos não estar todos os dias juntos, alguns até só mesmo quando o tempo e a própria vida o permite, mas as memórias essas estão sempre comigo, e nunca me esquecerei.
A verdade é que as fotografias são um registo físico muito forte de uma existência próxima, mas as vivências gravadas na memória, assim como as emoções gravadas vincadamente no meu coração, essas sim, são as que mais prezo. (Claro que também tenho medo de tirar fotos convosco, caso um dia se chateiem e decidam fazer um feitiço de vudu ehehe).
Prometo (a muitos de vocês) arranjar – num futuro próximo - mais provas palpáveis da nossa amizade, e garanto-vos uma certeza, nunca esquecer-vos.
Não há gostar mais consciente, do que este sentimento que a inconsciência fez nascer acordada.
“Nunca digas nunca”, aprendi a não o fazer, não sei o que o futuro me reserva, nem vocês o podem garantir. Podemos, contudo, lutar por uma amizade eterna e embora que a vida tenha um fim, podemos imortalizar a nossa relação em pequenas grandes coisas nas nossas vidas.
É isso que pretendo para vocês: perenidade espiritual, porque o corpo está aqui de passagem, mas as nossas atitudes e vivências ficarão sempre marcadas na Terra quer seja nas memórias de quem nos foi querido, quer sejam através de actos heróicos.
E vocês foram os heróis em muitos momentos da minha vida, se por alguma infelicidade a vida me trouxe um momento menos bom, vocês dividiram comigo a minha tristeza, e iluminaram-me o caminho a seguir. Vocês foram (e são!) as minhas muletas, o meu braço direito, o meu ombro, as pernas que por mim caminharam quando as forças escasseavam, a boca que falou quando a voz fraquejou, vocês foram os ouvidos para uma dor ensurdecida. Vocês são grande parte de mim, e a razão de grande parte do meu carácter.
Assim, hoje e mais do que nunca, uso a palavra amo-te para vocês. Não num sentido pseudo-exagerado, mas por ser a única palavra que se adequa ao sentir de uma coisa tão grande e tão boa.

( um beijinho repenicado)

18/03/11

Hoje

Hoje não vou fazer nada. Não vou afagar cabelos megalómanos, nem limpar lágrimas empedernidas. Hoje não vou caminhar ao teu encontro, vou apenas ser eu. Vou ser o mais recôndito eu; o meu eu mais sereno. Vou afastar as doenças da mente, para que elas não se aprisionem no meu corpo.

Já me sinto doente, ludibriada pelos teus demónios. Mas a minha alma não carece de força, e vou exorcizar toda a sombra que me tenta consumir.
Não sou a pessoa que outrora fui, mas creio que ainda não te inteiraste de tal. Sou mais viva, mais dinâmica, mais forte, mais mulher, mas sobretudo, muito mais sapiente.
Contos e ditos já não me enchem a cabeça, a minha febre mental já não se prende a aventuras escassas e fantasias pseudo eróticas; a minha inteira satisfação vive na essência.
- Que essência? - perguntas-me tu.
- A essência, a verdadeira face de cada um. A nossa verdadeira demonstração ao mundo. Sem máscaras, nem sentimentos corruptos, sem circos e fantochadas a interromper o espectáculo, que é assistir a verdadeira natureza de cada um.
Talvez não entendas a importância de se ser verídico, nas nossas palavras e nos nossos actos, mas especialmente nestes últimos. As palavras podem burlar o nosso coração, mas os actos, esses, são (ou, pelo menos, neles detecta-se sempre) marcas da pessoa real, e não da pessoa fingida, enraivecida, ou “plastificada”. Encontra-se realidade nos actos nas pessoas, e não nas palavras.
E tu? Que fizeste hoje?

05/03/11

Meus amores
Obrigada por todos os sorrisos, todas as palavras e todas as vezes que juntas nos esquecemos de tudo o resto, e juntas vivemos um momento de pura alegria.
Obrigada por serem uma grande parte do meu dia-a-dia e da minha vida.



13/01/11

Today was not a good day

Hoje acordei cansada, extasiada de uma fadiga psico-emocional inútil.

Hoje acordei cansada da gente de carne, cansada dos bichos sem cérebro, cansada das músicas da moda.
Cansada dos hipócritas, das crianças que empregam máscaras de falsa idade, da matemática funesta, dos autocarros empestados do mau carácter, dos programas televisivos mal formados.
Hoje acordei cansada de burocracias supérfluas e complicações estrambóticas.
Hoje, não acordei num sonho, mas de um sonho que outrora fora uma realidade, ou será que da realidade adormeci e num sonho acordei? Não sei, mas acordei cansada.
Enfadada com tudo que me rodeia, não posso senão concluir que - sonho ou realidade – hoje acordei numa crise existencial.
Hoje acho as pessoas podres, chatas e intriguistas; acho os animais incomodativos; e a música poluidora. Hoje acho que tudo é demasiado aborrecido, que as cores não existem, que a comida é intragável, que envelhecer é amargo, que tudo ou nada não presta segundo as minhas vontades.
Sabes que mais? Hoje não devia ter saído da cama.