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19/06/11

Another day has come


Dei-te uma vida, um coração, uma alma sôfrega. Dei-te a mim.



Vivemos os mais bonitos momentos, que se eternizaram ao Olimpo de tamanha grandiosidade a sua. E agora?

Traçamos as linhas do Destino no céu, pintando de emoções as estrelas – que só sabem o que é brilhar depois do nosso amor nascer. E agora?
Cantamos melodias sem fim, enchendo os nossos corpos de um calor ilegível. E agora?
Trocamos promessas, escrevemos certezas, planeamos futuros. E agora?
Mudamos o rosto, mudamos o corpo, vimos as folhas do Outono cair ao longo dos anos, as flores a abrir no decorrer das Primaveras. E agora?
O amor que um dia entrou pela janela, o quarto onde erguemos um trono à paixão, o espelho da casa de banho onde vimos os anos passar, a sala de onde guardamos memórias de serões foliões; tudo isto, numa só casa, na casa do coração.
Julgava que fosses diferente, e com diferente quero dizer melhor; melhor que tudo e todos. Contudo, acho que ao longo dos anos (sem te aperceberes) foste agindo como quem quer provar exactamente o contrário.
Somos os dois mortais, e como tal erramos, ambos erramos. Mas eu mudei, cresci, e procuro novas coisas na vida. Mudar nem sempre é mau, até porque nos permite pensar e sentir diferente.
Mas a tua persistência em ensurdecer os teus ouvidos que foram talhados para a voz do meu coração, dilacerou a minha personalidade, dando origem ao pior em mim.
Vivemos as melhores das maravilhas, mas a nossa ainda tenra idade não nos permitiu em muitas situações agir da melhor forma.
Estamos completamente magoados, a vida jogou-nos num canto e disse-nos para sofrer. É imperativo sofrer, para crescer. E só crescendo podemos os dois continuar a viver amando um ao outro.
Peguei o que era meu por direito eterno, e durante a noite raptei a tua alma.

Pegaste no que era teu por imposição universal, e durante o dia usurpaste o meu coração.
Somos um só. Talvez seja o fim, mas continuaremos um só.
Talvez cresçamos e um dia amemos juntos. Por agora, a solidão é crucial, para aprendermos quem somos, para depois amarmos melhor. Ou quem sabe, apenas para definir os nossos gostos e vontades futuras.
Neste momento não consigo estar contigo, estou dolorida. E tu não consegues estar comigo, estás ferido.
Não quero mudar, mas admito ter errado; não queres ouvir, mas também sabes que erraste.
Tenho o coração cheio de um cansaço de doer incansável.
O tempo cura tudo, ou pelo menos abre consciências.
Até um dia meu amor, até um dia.

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