Número total de visualizações de páginas

18/04/10

Amor de pedra.

A minha vontade era ir já embora. Apagar-te e esquecer-te de vez!

A minha vontade era partir para bem longe, levar a minha bagagem material e pessoal para um destino longínquo.
A minha vontade era arrancar o coração do meu peito e desistir do amor quando ele me coloca obstáculos no caminho!
A minha vontade era fazer-me inapta de sentir, de viver. Mas a vida não é assim, não podemos renunciar o direito de viver, a obrigação de amar, a noção de sentir.
O amor não foi feito para vencidos, mas para vencedores, por isso não posso dar-me por vencida e dizer que te amo. Eu amo-te todos os dias, mesmo quando te faço sofrer, mesmo quando me fazes sofrer, mesmo quando nos matamos mutuamente.
Ninguém é capaz de entender o que já vivemos, a forma louca e transcendente como nos queremos (às vezes até nos próprios nos esquecemos quando nos perdemos em devaneios). Não quero que ninguém entenda o que é o amor autêntico, pois seria como que esperar que todas as sementes crescessem e se tornassem em flores; nem todas as sementes crescem, nem todas as árvores vivem primaveras verdadeiras para florirem; nem todas as pessoas desabrocham o amor.
A realidade é que nunca te varrerei das ruas do meu coração, nunca viverei sem o teu odor, nem sem te ter ao meu lado ao acordar; por isso mesmo que a vida não esteja do meu lado em certos campos, não posso enveredar por caminhos que não te incluíam, mesmo que me dê vontade de desaparecer da face do Mundo tenho de me lembrar que eu sou o teu Mundo, e não te posso tirar o chão onde caminhas.
A vida é deveras fácil, as pessoas é que a complicam; já viver amando é bastante difícil para quem não se dá ao trabalho de batalhar, para quem não se dá ao trabalho de pôr o orgulho e egoísmo de lado para viver num só corpo, com um só coração, uma só vida com um (único) amor.
Meu amor, amo-te todos os dias, mas amar-te não é tarefa fácil. Tens um génio terrível, que teima em espicaçar o meu carácter igualmente horrendo e apesar de apaixonados, somos uns tolos que andamos sempre à cabeçada. Mas acredita quando te digo, senão fossemos assim, as coisas não teriam a sua piada, e o nosso amor não estaria edificado como rocha.

Sem comentários: