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22/08/12

Há sempre tempo


Já não escrevia há sei lá quanto tempo. Há quanto tempo eu não sei, mas sei que já não escrevia há muito.
            Hoje apeteceu-me voltar a escrever, apeteceu-me voltar-me para mim.
            Estás aqui ao meu lado a dormir, e enquanto te contemplo pensei e repensei para mim “Sabes? A vida dá muitas voltas, mas acaba sempre por pôr tudo no seu lugar”. De certo que me colocou do teu lado e eu afirmo veemente que esse é, indubitavelmente, o meu lugar.
            A vida é efémera, não é? Não é que sinta que tudo passa a correr – como quem diz que o tempo me passa ao lado -, mas sinto que o tempo é fugaz, demasiado breve para imensidão de coisas que planeio fazer! Mas ao menos tenho essas coisas todas para fazer, não é?
Quando me sentia à deriva, o tempo passava por mim e me jogava para trás, como o vento faz deambular uma frágil folha de um lado para o outro. Nessa altura talvez um dia fosse só um dia, porque tudo que eu fazia não era, de todo, o que eu queria fazer, percebes? Mas uma vez tu disseste-me “Tens muito tempo para ser quem tu sempre quiseste ser, sem medos”, e eu larguei o protagonismo de débil folha e tentei caminhar contra o vento. E sabes que mais? Enquanto me encontrava contra o tempo descobri o que queria fazer no resto do tempo da minha vida.

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